No registro fotográfico, a intensidade do desespero de dois amigos se reencontrando em lados opostos
No dia 6 de abril de 1972, o fotógrafo do jornal francês Ouest-France, Jacques Gourmelen, captou uma imagem que se tornaria o símbolo da greve organizada pelos trabalhadores da empresa Joint Français, fabricante de peças para automóveis e equipamentos aéreos.
Muito mais do que retratar a luta dos trabalhadores contra o Estado opressor, esta foto simboliza o reencontro de dois amigos em posições antagônicas. O jovem, cuja expressão continua a causar comoção mesmo 45 anos depois da data do evento, é o operário Guy Burniaux, um dos líderes dos trabalhadores grevistas que lutavam por um aumento de setenta centavos por cada hora de trabalho; o policial, o qual ele segura pelo colarinho, é Jean-Yvon Antignac, seu inseparável amigo da época de escola. O que ficou registrado, porém, na fotografia de Gourmelen, é o desespero de alguém que se depara com seu amigo lutando ao lado do oponente e é tomado por um momento de fúria e revolta, levando-o a gritar para que o antigo companheiro de escola fosse para cima dele, enquanto o outro permanecia impassível sem sequer levantar o cassetete.
Muito mais do que retratar a luta dos trabalhadores contra o Estado opressor, esta foto simboliza o reencontro de dois amigos em posições antagônicas. O jovem, cuja expressão continua a causar comoção mesmo 45 anos depois da data do evento, é o operário Guy Burniaux, um dos líderes dos trabalhadores grevistas que lutavam por um aumento de setenta centavos por cada hora de trabalho; o policial, o qual ele segura pelo colarinho, é Jean-Yvon Antignac, seu inseparável amigo da época de escola. O que ficou registrado, porém, na fotografia de Gourmelen, é o desespero de alguém que se depara com seu amigo lutando ao lado do oponente e é tomado por um momento de fúria e revolta, levando-o a gritar para que o antigo companheiro de escola fosse para cima dele, enquanto o outro permanecia impassível sem sequer levantar o cassetete.
A foto que circulou o mundo e tornou-se ícone do embate entre trabalhadores e força policial, representando o autoritarismo do Estado, revela muito mais que isso, é um registro de imensa carga subjetiva, retratando toda a intensidade do embate entre dois amigos cujos caminhos voltam a se cruzar num momento em que ocupam lugares sociais completamente opostos.
Texto de Adriana de Paula
Autor da Fotografia: Jacques Gourmelen
Referências: Le Telégramme, Ouest France.
Autor da Fotografia: Jacques Gourmelen
Referências: Le Telégramme, Ouest France.
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